segunda-feira, 16 de março de 2009

Eterno Aprendiz

Eterno Aprendiz
Sidnei Alves da Rocha
“...Viver
e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar e cantar e cantar
a beleza de ser um eterno aprendiz.
Eu sei
que a vida devia ser bem melhor
e será
mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita....”
(Gonzaguinha)
Somos sabedores que os professores, aliás, qualquer profissional, devem estar em constante atualização para aprimorar seus conhecimentos e trocar experiências com outros colegas. Pensando nisso, foi promovido o 1º seminário de aprimoramento para professores de Língua Portuguesa e Matemática em Mato Grosso, denominado “Eterno aprendiz”.
Eu e mais duas colegas de Letras nos inscrevemos para mais esta aventura da língua que se realizou em Sinop, distante 160 km de Terra Nova.
Tínhamos três opções de largada. A primeira seria matar o início do curso e sair bem mais tarde. Essa foi descartada logo de cara, pois um samurai da língua não se entrega assim, tão facilmente. A segunda era sair no dia anterior à abertura do curso, dormir bem à noite e iniciá-lo bem descansados. Também descartada. Seria fácil demais. Já a terceira, mais radical, louca e própria de heróis, nacionais, claro, foi a eleita pelo trio: sair no dia do curso, no ônibus das três e trinta da madrugada para pegar o início do curso às 7 horas.
À noite comecei a pensar na viagem da madrugada e só consegui me deitar às 23h 30 e o despertador foi programado para me acordar às 2h 30.
Para a minha esposa e para mim, sem problema, mas meu cachorrinho poodle estranhou muito, pois desta vez foi tudo diferente. Ele, que está acostumado a me acordar para o levar ao banheiro, feito que realiza dando uma volta em torno da cama e choramingando ao meu lado e, caso eu não acorde com seu lamento canino, ele arranha a madeira da cama até me despertar, foi despertado por mim antes da sua hora de costume.
Mesmo estranhando, meu cachorro não disse palavra.
Saí de casa às 3h15. Encontrei-me com minhas colegas linguarudas na rodoviária e ficamos por lá, de bobeira (e quem não fica bobo com sono?) até o ônibus chegar e este, para variar, chegou atrasado e só conseguimos embarcar às 4h.
Minhas colegas entraram e exigiram suas poltronas que estavam em posse de outros passageiros, coitados, bruscamente acordados pelo estresse de quem madrugou.
Embora houvesse um senhor sentado, ou melhor, esparramado em minha poltrona que era a da janela, resolvi não o incomodar e sentei-me na poltrona do lado. Olhei-o melhor e percebi que ele era bastante gordo, não possuía um odor muito agradável e, para completar, começou a roncar como um porco.
Aguardei um instante e me mudei para uma poltrona mais à frente.
Depois de acomodado e menos incomodado, comecei a refletir e cheguei à conclusão de que o homem é um eterno aprendiz, que ele aprende até nas adversidades. Já pensou se eu tivesse exigido os meus direitos e pedido ao homem que desocupasse a “minha poltrona”? Teria ficado preso àquele canto e nunca mais sairia dali.
Ocorreu-me então uma vã filosofia que diz que nada é tão ruim que não possa piorar. Não piorou.
Ah, o curso? Bom, isto fica para outra oportunidade, pois ele dá outra ou muitas histórias.
Quanto ao retorno, não quero tecer previsões. Prefiro confiar no ditado popular que diz que “um raio não cai duas vezes no mesmo lugar.”

Um comentário:

rose pires disse...

É muito importante que o rpofessor esteja em constante aprendizado